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terça-feira, 1 de março de 2011

As Novas Dimensões do Conhecimento Humano

A História do Feng-Shui

2009-05-05 19:42
O surgimento do Feng-Shui está envolto em lendas e fatos que se perdem no tempo, mas a análise de documentos e estudos da Antropologia podem lançar alguma luz sobre a questão.
Alex Alprim

    Segundo vários estudiosos e pesquisadores, a população que originou a civilização chinesa deslocou-se para o continente há 500 mil anos. No entanto, os chineses possuem registros arqueológicos que recuam essas datas para, pelo menos, 1,5 milhão de anos. Apesar disso, ainda existe no meio acadêmico uma séria resistência em admitir civilizações asiáticas contemporâneas às da Babilônia e Mesopotâmia. Na verdade, um sítio arqueológico encontrado recentemente data a civilização chinesa em pelo menos 6 mil anos, o que estaria de acordo com as lendas sobre Fu-Hsi, um personagem famoso na história da China.
    A importância de Fu-Hsi encontra paralelo em todas as lendas dos grandes civilizadores da Antigüidade, como Hermes Trismegistos – tido como aquele que desenvolveu a civilização egípcia – ou Viracocha, na América andina. Fu-Hsi introduziu não apenas os conceitos do Feng-Shui (ou Fong-Suei1) – acima de tudo ele é considerado o grande civilizador e unificador da China, levando ao país técnicas de construção, de irrigação, a roda e uma forma rudimentar de escrita que, posteriormente, daria origem aos ideogramas chineses. Sua vida e obra estão envoltas em grande mistério e, considerando que os registros desse período são esparsos, fica difícil tirar conclusões sobre sua real existência.
    Toda a arte e ciência, assim como os principais tratados sobre a filosofia chinesa referentes às energias, são creditados a Fu-Hsi. Assim como aconteceu com Hermes Trimegistos, dizem que Fu-Hsi adquiriu seus conhecimentos observando as estrelas no céu e as montanhas e vales na terra, e onde o dragão dormia. Nesse texto podemos inferir a máxima hermética “assim como em cima é embaixo”, ou “assim no céu como na Terra”, e também é possível afirmar que existem ciências paisagísticas equivalentes ao Feng-Shui primitivo nas civilizações grega, egípcia e nas construções européias do século V até XI d.C., quando elas misteriosamente desaparecem.
    Uma das lendas mais importantes referentes a Fu-Hsi e de extrema importância aos estudiosos do Feng-Shui é o surgimento do que chamamos de Mapa do Rio Lo – muito embora seja possível que esse mapa tenha surgido com o Rei Wen e o Duque de Chou, que estudaram e deduziram o I Ching a partir dos trabalhos de Fu-Hsi –, pois nele está contido o mapa que hoje alguns chamam de ba-gua ou pa-kua².
    Fu-Hsi começou desenvolvendo um mapa que representaria as energias no chamado Mundo das Idéias – um conceito abordado por Platão alguns milênios depois – conhecido como Mapa do Céu Anterior, que seria uma representação gráfica baseada numa estrutura de pontos, com representações numéricas mostrando como as forças espirituais e dos ancestrais atuam no mundo material para organiza-lo segundo a ciência superior.
    Porém, quando Fu-Hsi estava fazendo uma rede de irrigação nas margens do rio Yan-Tsé, ou Rio Lo, como era chamado antigamente, uma tartaruga saiu do fundo do leito e se postou aos seus pés, falecendo. Segundo os chineses, isso representava um fato de extrema sorte para todos os presentes e para toda a China, pois se acreditava que os deuses residiam nos cascos das tartarugas. Ao postar-se aos pés de Fu-Hsi e morrer, o animal sacrificou-se em nome dele, tornando-o Imperador, pois a partir de então ele passou a deter o Mandato dos Deuses.
    No casco da tartaruga Fu-Hsi percebeu uma série de desenhos semelhantes aos que havia usado na representação do Céu Anterior. Sem compreender o significado, ele levou o casco para a capital chinesa e estudou-o durante 80 anos. Desse estudo surgiram todos os conhecimentos chineses e também o Mapa do Céu Posterior, usado até hoje por todas as escolas de Feng-Shui e que representa o mundo material com suas estações sazonais – primavera, verão outono e inverno – bem como as energias a elas relacionadas, que são favoráveis a vida.

E a História?
    Saindo do campo da especulação mitológica e entendendo as lendas como uma forma de preservar o conhecimento, podemos supor que realmente houve uma pessoa chamada Fu-Hsi e que ele tenha sido um ser extraordinário, mas humano como qualquer outro. Localizando os fatos segundo a história, a arqueologia e a antropologia, podemos deduzir coisas bastante interessantes.
    Inicialmente, não devemos deixar de lado certas peculiaridades da cultura chinesa e enxergar o todo. Ainda hoje é comum analisar o ambiente segundo o Feng-Shui tomando certas referências a vários nomes de animais. Algumas escolas incluem toda uma gama de formas segundo a relação delas com os animais.
    Nós podemos supor que existe uma raiz xamânica nos ensinamentos dessa arte chinesa, mas só isso não explica o surgimento do Feng-Shui e de seus similares ao redor do mundo. É importante irmos ainda mais longe e visualizar a forma pela qual as cidades e feudos eram organizados nessa época, pensar em como as pessoas viviam em condições adversas, tendo de conviver com a incerteza das chuvas e estações, além das ameaças à própria vida ocasionadas pelo meio político instável da China antiga.
    O padrão de riqueza dos reinos ainda não havia assumido o aspecto monetarista. Era mais poderoso e rico aquele que tivesse mais alimentos e campos para cultivar, pois com isso mais pessoas viveriam em seu feudo, gerando mais poderio militar e mais força agrícola, que sustentaria o povo e renderia mais impostos, aumentando sua riqueza e permitindo a conquista de impérios menores – o que faria o governante cada vez mais poderoso.
    Sendo assim, é natural entender que, se alguém tivesse o conhecimento de uma ciência confiável, que possibilitasse elevar o status da cidade e do povo com uma melhoria das colheitas, ela seria muito bem-vinda. Portanto, desenvolvê-la tornou-se parte das preocupações dos grandes conselheiros de então, os xamãs.
    Os xamãs estavam ligados às tribos ou cidades por laços de parentesco e honra. Por isso, ao buscarem no ambiente uma resposta para suas necessidades, encontraram uma ressonância com as linhas de energia do solo, com as formas do terreno e com os fatores determinantes para garantir à cidade o bem-estar que seus habitantes almejavam.
    O Feng-Shui nasceu, portanto, da observação dos contornos e desenhos do ambiente, da intuição que auxiliava seus praticantes a determinar as linhas de energia que percorriam o solo (as veias do dragão), da percepção de como o curso dos rios e o fluxo dos ventos influenciavam as plantações, e da astrologia e astronomia, que determinavam as épocas propícias para o plantio. Essa é, mais precisamente, a Escola da Forma – uma linha de Feng-Shui que analisa o ambiente pelas formas que ele contêm.
    Por meio de um processo de interiorização, os xamãs determinavam se uma formação no terreno era prejudicial ou não, e denominavam-na de acordo com a forma do animal que ela sugeria. Depois, com o desenvolvimento dos clássicos filosóficos sobre a teoria do Yin & Yang (veja matéria na Sexto Sentido 23) e da Teoria dos Cinco Elementos, tem início uma escola primitiva de análise ambiental e dos processos energéticos, que vai gerar o Feng-Shui moderno.
    Antes de atingir esse estágio, essa ciência-arte atravessou um longo período de obscurantismo, sendo mantida por tradição oral e passada apenas de mestre a discípulo, mantendo a população supersticiosa e dependente, sabendo que o conhecimento dos mestres era essencial para sua sobrevivência. Muitas das coisas usadas como cura nos desvios do Feng-Shui acabaram se transformando em talismãs e ganharam um caráter mágico, como o pa-kua.
    O Feng-Shui finalmente se estrutura durante o reinado de Chu-Hi (221 d.C.) e com os filósofos da dinastia Sung (1279 d.C.). Eles determinaram os princípios básicos para analisar um ambiente e criaram uma técnica que se transformou na coluna vertebral do estudo e ensino da arte. Com essa técnica e o uso da bússola, o mestre de Feng-Shui determinava as correntes de energia e as posições, e as medidas favoráveis para os habitantes do local. Essa evolução resultou na Escola da Bússola, que usa o instrumento para uma série de cálculos matemáticos com o intuito de determinar as energias do ambiente.

A Evolução do Feng-Shui
    Apesar dos estudos terem se restringido a uma pequena elite espalhada pelas várias cidades chinesas, a prática evoluiu com o tempo e agregou conhecimentos das mais diversas áreas, principalmente quando foi absorvida pelas religiões orientais – inicialmente o taoísmo e, depois, o budismo.
Existe outro fator que marcou sobremaneira a história do Feng-Shui: as relações entre o culto aos mortos, seus túmulos e os vivos. Para os chineses, o mundo dos vivos está diretamente relacionado ao bem-estar dos antepassados, no mundo dos mortos. A arte foi inicialmente praticada dentro do âmbito de pesquisas que sempre permeou o Feng-Shui – observação, intuição, solução –, pois o xamã ou mestre procurava enterrar o morto na melhor posição possível para que ele trouxesse a seus descendentes fortuna e prosperidade. Inclusive existem mestres de Feng-Shui que se especializaram em cuidar dos mortos e suas sepulturas.
    É importante notar que a evolução do Feng-Shui segue um rumo diferente das evoluções que conhecemos no Ocidente. Nas filosofias ocidentais, cada novo pensamento que surge provoca a destruição e esquecimento de todas as obras e desenvolvimentos anteriores. Muda-se tudo. O Ocidente parece primar por usar o artifício da destruição com o intuito de erigir seus conhecimentos.
    No Feng-Shui as coisas seguem um rumo diferente. Mesmo que as escolas se oponham em alguns temas, elas compreendem que ninguém possui a verdade absoluta, até porque nada é mais natural para a filosofia chinesa do que a mutabilidade do mundo dos sentidos. No estudo de uma ciência como o Feng-Shui, esse é o ponto mais difícil de se explicar a qualquer aluno: que, na verdade, todos os caminhos e análises levam à harmonia.
    Assim, no decorrer da história, o Feng-Shui evoluiu, aperfeiçoou seus métodos e técnicas, alterou aquilo que era necessário e incorporou linhas e segmentos dos mais diversos pensadores. E, ao contrário do que se imagina, os dois maiores mestres de Feng-Shui foram autodidatas.
Podemos afirmar que o Feng-Shui é uma ciência na medida que evolui com o tempo, e ao mesmo tempo é uma arte, pois necessita da intuição do estudioso para compreender e ir além dos conhecimentos mundanos da arte. É com esse espírito que ele entra no século XXI.

O Feng-Shui Moderno
    Depois da revolução chinesa houve uma fuga de vários mestres para Hong Kong, Taiwan e países do Ocidente. Na China, eles passaram a ser perseguidos pela população e seus sólidos conhecimentos eram vistos como anti-revolucionários. Para escapar do que em alguns casos seria morte certa, fugiram e foram aceitos pela comunidade chinesa que vivia no exterior e estava ávida por seus serviços.
Essa situação levou a uma reestruturação do Feng-Shui em todas as escolas já existentes, uma vez que surgiu um novo ambiente para ser analisado, agora não mais restrito à China e expandido a todo o mundo. É assim que chega à Califórnia, em 1973, o mestre Lin Yun, nascido em Hong Kong em 1932. Devido à facilidade no aprendizado e aplicação da linha de Feng-Shui que desenvolveu, além de grande divulgação na mídia, ele se tornou um dos maiores expoentes da prática no Ocidente. Sua escola é ligada a uma linha do budismo tibetano conhecida como Budismo Tântrico do Chapéu Preto, que segue os preceitos do budismo aliados à mística tibetana e aos ensinamentos do tantrismo antigo, que resultam num amálgama religioso diferente do pensamento oriental tradicional, divulgado no Ocidente.
    Em oposição ao Feng-Shui técnico no qual o cliente era mantido numa atmosfera de superstição e ignorância em relação às curas realizadas, surgia uma técnica que usava a fé da pessoa e partia de um pa-kua simplificado, com 9 pontos principais de energia espalhados pela casa e que seriam determinados a partir da porta de entrada. Essa escola se torna a Escola Budista Tântrica Tibetana do Chapéu Preto ou Escola Californiana, uma vez que o templo de mestre Lin Yun se localiza na Califórnia. Independente de aprovarmos ou não os métodos dessa linha devemos levar em conta que o conhecimento no Feng-Shui sempre teve caráter evolutivo, com a aplicação de diversas metodologias na análise de ambientes -- por isso, seu espírito se mantém vivo até hoje.
    Essa escola é a mais recente das evoluções dentro do Feng-Shui, pois tem sido aplicada em um grande número de residências. Os resultados variam de acordo com o praticante e as situações. Mas ao invés de renegá-la é preciso manter o espírito científico e analisar os casos um a um, determinando por meio do empirismo e da intuição como proceder para que essa nova abordagem seja validada pelos mestres e estudiosos em todo o mundo.
    O Feng-Shui não foi criado para separar, mas para harmonizar e fazer com que criemos cidades e moradias de acordo com as leis do Vento e da Água. Podemos resumir a história do Feng-Shui como a busca de um conhecimento que garanta aos seres humanos a sua sobrevivência e bem-estar. Por essa razão, o Feng-Shui inclui não apenas o estudo das energias, mas da filosofia e motivos que nos impulsionam para atingir aquilo que buscamos no dia-a-dia, em todas as religiões, cursos e consultorias: a felicidade.


Notas:
1 – A palavra feng-shui não existe na língua chinesa. O que aconteceu na verdade foi que nos primeiros livros traduzidos do inglês para o português esse termo não foi colocado em seu devido contexto – ou seja, deveria se escrever fong-suei, que é a pronúncia correta em chinês, pois foi assim que os americanos escreveram. Observe que, se falado em inglês, feng-shui será pronunciado fong-suei.
2 – A palavra correta para ser escrita em português é pa-kua, que significa o desenho tradicional dos oito trigramas do I Ching, dispostos na forma de um octógono. O erro se deu pelos mesmo motivos do que aconteceu à palavra Feng-Shui.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Mestres, Aprendizes e a Origem do Feng Shui

A origem do Feng Shui perde-se entre as milenares lendas e mitos orientais anteriores a Cristo, Buda ou Confúcio. Remonta a homens que interpretavam os significados do Universo através de carapaças de tartaruga e percorriam o mundo à procura do sítio perfeito. Imagine alguém que passou a vida em busca de um lugar onde tudo fizesse sentido, como o espaço ideal para a construção de um templo, de um palácio ou de uma nova aldeia. Acima de tudo, alguém que procurava um local de transformação interior. E encontrando-o tornava-se um imortal a caminhar entre os homens. Eis um clássico Mestre de Feng Shui.

feng_shuiDurante séculos o Feng Shui permaneceu como uma arte restrita aos Mestres e aos seus Discípulos. E uma vez que se entendia a missão do mestre como o facultador do caminho, e não como o caminhante, muito conhecimento não chegou a ser transmitido.
No entanto, actualmente o Feng Shui está disponível através de livros, cursos ou à distância de uma pesquisa na internet. Mas o que é o Feng Shui? De uma forma literal, o termo Feng Shui significa Vento e Água, porque é um conhecimento que tal como o vento não se consegue ver e tal como a água não se consegue agarrar. Ou porque o fluxo do vento e da água descrevem claramente a forma como a energia flui nos espaços, como uma corrente de ar ou como a água em movimento.

A permissa base do Feng Shui é de que o espaço onde habitamos condiciona a nossa vida. Quer se trate da nossa casa, local de trabalho ou de todo o espaço envolvente. Já considerou que a posição da sua secretária, da sua cama ou a orientação da sua casa em relação aos pontos cardiais pode influenciar a sua vida? Os consultores de Feng Shui afirmam que sim. E a comprovar estes resultados estão empresas como a British Airways, o Hotel do Chiado em Lisboa ou a artista Pop Madonna. Para lá destes, muitos outros recorrem a consultores de Feng Shui para aumentar a sua qualidade de vida.

No entanto, tenha sempre presente que a influência do espaço não é tudo. Segundo alguns consultores de Feng Shui, 10% do desenrolar de uma situação depende das condições energéticas do espaço envolvente. Os outros 90% dependem em grande parte de si e da conjuntura do Universo.
Mesmo assim 10% é muito! E são 10% que podem ser utilizados a seu favor através da aplicação correcta do Feng Shui.
Quando tudo flui e acontece no mesmo sentido há espaço para a prosperidade. Já pensou em ter as correntes energéticas do Universo a seu favor? Então conheça um pouco mais o Feng Shui.

Hoje em dia, existem mestres, aprendizes e sábios. Existem especialistas, leigos e consultores de Feng Shui. Quase todos dão um conselho: faça isto e obtenha aquilo. Pode ajudar. No entanto, é necessário começar por outro lado. Tente primeiro mudar-se. Está a pensar que é dificil? Pois bem, é mais fácil mudar um móvel do que um hábito. Mas lembre-se que a sua casa é uma projecção de si.

Para que a sua casa seja energeticamente harmoniosa é necessário que esta e os seus habitantes vivam em equilíbrio dinâmico. É este o derradeiro objectivo do Feng Shui, facultado através da análise da sua casa, descoberta da sua energia pessoal, entre tantos outros métodos. Torne-se mestre de si próprio de forma a descobrir o caminho para a sua verdadeira casa onde estão os seus sonhos.

Mas como alcançá-la? Em primeiro lugar considere que é um canal entre o céu e a terra. Esteja receptivo às energias celestes e valorize a sua intuição. No entanto, mantenha sempre a sua ligação à terra. Intuição e razão de mãos dadas é o ideal. Saber quando seguir o instinto é uma virtude; segui-lo sempre pode ser uma loucura.
Por outro lado deve manter-se como um instrumento afinado. Os extremos quase sempre distorcem os sentidos. Quer seja o excesso de álcool, de carne, de meditação ou de estudos de Feng Shui! Opte pelo caminho mais natural.

Mantem-se a questão: como encontrar a sua verdadeira casa? Julga que terá que percorrer montes e vales como os antigos Mestres de Feng Shui? É uma hipótese. Deixe-me adivinhar: está à espera de um truque mais fácil, quase mágico. Pois bem, de Merlin a Harry Potter, todos nós já ouvimos falar de magia. Tenho a certeza que em criança acreditava que era capaz de fazê-la, estou certo? Só não se lembrava como.

Então, vou ajudá-lo a relembrar-se. Em Feng Shui falamos na intenção que colocamos nos objectos e em tudo o que fazemos: a intenção mágica. E é ela o princípio de todas as alterações que poderão beneficiá-lo. Para executá-la é necessário uma casa vazia para que novas coisas entrem na sua vida. É preciso igualmente ter a mente vazia, livre de preocupações, para que possa entender o Universo, definir um objectivo claro e encontrar o seu caminho.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Terapias Alternativas - O feng Shui e sua história


Feng Shui, ou Kan Yu, é uma arte de harmonização energética chinesa que busca organizar os nossos espaços dentro de uma visão interativa. Esta arte busca integrar o ser humano à Natureza, à Terra e ao Céu. Sua prática associada ao Chi Kung e ao Tai Chi Chuan elevam a Consciência do Ser Humano trazendo mais saúde e prosperidade.
O Feng Shui surgiu na China há aproximadamente 4.000 anos e significa literalmente Vento-Água. As pronúncias mais usadas são: Fong Suei, Fong Chóe e Fan Sui.
Sua aplicação inicial Yin Zhai e Yang Zhai se destinou à identificação de posicionamento mais adequado aos túmulos dos imperadores. Os estudos de Feng Shui como os de Tai Chi Chuan, na China, desenvolveram-se a partir de técnicas ancestrais e foram difundidos através de tradições familiares, sendo passados também de mestre para discípulo diretamente.



(( AS ORIGENS DO FENG SHUI E SUA IMPORTÂNCIA ))

A origem da expressão "Feng Shui" está no Zang Shu (O Livro dos Enterros) escrito pelo Mestre Guo Pu (276-324 d.C). O termo é citado na seguinte sentença:

O Qi é disperso pelo vento (feng) e acolhido pela água (shui).
O Feng Shui é uma corrente de pensamento análitico com tradição de mais de 4000 anos. Os mestres chineses que o estruturaram teriam percebido que cada área natural, terreno ou edificação seria dotada de sua própria vibração influenciada pela presença do Ch'i(chamada em chinês de qi), e estaria sujeita às várias influências do ambiente que a circunda.

Constatando que certos tipos de vibrações presentes no ambiente e em seu entorno poderiam agir de modo benéfico para o corpo e a mente, enquanto que outros tipos tenderiam a ser prejudiciais, compreenderam a importância de estudar como situar as edificações, móveis e objetos da maneira mais adequada para favorecer seus usuários, segundo esta interpretação da natureza.

Segundo as idéias pregadas pelo Feng Shui, quando as pessoas buscam este equilíbrio com as forças benéficas da Natureza, podem gozar de saúde, boa sorte e prosperidade. Quando as ignoram e se alinham com influências nocivas, podem experimentar dificuldades e obstáculos que podem se expressar como doenças, má sorte ou indisposição. Claro está que tais sentenças fazem parte desta crença e não são de forma alguma endossadas pela ciência ocidental.

Os mestres taoístas que desenvolveram esta arte não utilizavam-na isoladamente: consideravam-na mais um instrumento de equilíbrio a ser utilizado em conjunto com outras práticas articuladas à Medicina tradicional chinesa, como a acupuntura, a meditação, e o Tai Chi Chuan.


(( As Escolas de Feng Shui ))

O Feng Shui Tradicional pode ser dividido em duas tradições:

- Tradição San-Yuan (3 Ciclos): É considerada a mais antiga - Dinastia Tang (618-906 d.C.). A Escola da Forma é a sua referência. Usava-se uma bússola magnética.
- Tradição San-He: Criada há aproximadamente mil anos se desenvolveu também a partir da observação da forma das paisagens voltadas para o Norte da China. A Luo Pan (bússola chinesa) é utilizada.

As Escolas relacionadas a San-Yuan

-Xuan (Vazio) está relacionado com a evolução contínua e infinita da energia, e Kong (Misterioso). A compreensão dessas referências é importante para o estudo da Escola originada na Tradição dos Três Ciclos.
- Xuan-Kong Zi Bai (Púrpura-Branca): Considerada como uma das primeiras originárias dos Três Ciclos, baseia-se nos estudos do Quadrado Mágico.
- Xuan-Kong Fei Xing (Estrelas Voadoras): Baseia-se também no Quadrado Mágico estudando o Tempo e o Espaço. Esta escola estuda o movimento do "Chi" ou "Qi" - energia vital ou polarizada dentro e fora das construções, sua evolução e transformação no tempo.
- Xuan-Kong Da Gua (64 Hexagramas do Yi Jing): Mais utilizada para identificar a localização de uma construção no terreno. Considera interpretações matemáticas dos Hexagramas.
- Xuan Kong Long Men Ba Da Ju (Portão dos Dragões): Estuda as influências energéticas do fluxo do "Chi" nos rios, nas de ruas, vias e avenidas. Sua referência está nas relações entre o Xian Tian Ba Gua/ Seqüência do Céu Anterior e Hou Tian Ba Gua/ Seqüência do Céu Posterior.

Interpretações atuais das Escolas de Feng Shui

Do conhecimento original chinês partiram duas escolas tradicionais e outras surgiram no ocidente.
- Luan Tou (Estudo de Forma): Como as Formas externas influenciam as construções.
- Li Chi ou Qi (Práticas com o uso da Bússola): As Luo Pans mais atuais que reúnem duas ou mais técnicas de escolas diferentes (como a San-Yuan, a San-He).
- Escola Californiana, ou do Budismo Tântrico do Chapéu Negro Essa escola é a mais difundida no Ocidente. Utiliza rituais e práticas de consagração nos imóveis, tornando-se uma técnica extremamente intuitiva e voltada para o cultivo de energias dos "cantos" internos dos espaços. Não usa a bússola e aplica as referências do trigrama Kan da direção Norte, usando sempre como referência a porta de entrada de cada ambiente. Algumas teorias surgiram a partir do Chapéu Negro:
- Oito Aspirações: Utiliza os pontos cardeais para direcionar as "qualidades do Ba Gua".
- Space Clearing (Limpeza Energética de Espaços): Utiliza rituais e práticas de consagração para fazer limpeza energética tendo o Ba Gua como referência.
- Pirâmide: Adiciona a idéia junguiana de arquétipos na "cura" dos cantos tendo a neurolinguística atual como referência.

- Vastu Shastra: Técnica que tem sido comparada com o Feng Shui chinês e considerada por muitos como o "Feng Shui indiano", embora não tenha nenhuma referência com as tradições chinesas.

 

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

FENG SHUI no mundo contemporâneo

A origem do FENG SHUI vem do Budismo Tibetano Tântrico, na Índia, de onde se erradicou para a China há mais de 5.000 anos, integrando os conceitos básicos da filosofia chinesa. O FENG SHUl é essencialmente fundamentado pelo Taoísmo, I Ching, a filosofia Yang-Ying, Tai-Chi e pela Teoria dos 5 Elementos. Desde a sua origem, o FENG SHUI incorporou preceitos básicos na combinação perfeita entre o planejamento e aprimoramento urbano, a arquitetura ambiental e a decoração de interiores.
Como a China se desenvolveu ao longo do Rio Amarelo, seu povo teve uma grande preocupação em se proteger contra os ventos e as cheias do rio. A sociedade da época, ao se expandir, procurou se aperfeiçoar nos assuntos que se referem à fertilidade, prosperidade e boa reputação.
Por milhares de anos o Xintoísmo e o Taoísmo dominaram a China. Os taoístas consideravam o homem como parte de seu universo e que deveria idolatrar a mãe Natureza. Deveria aceitar o que ela lhe colocava em seu caminho, e nunca deveria rebelar-se contra o paraíso. Esta era a maneira de como o homem deveria agir para proteção do ambiente natural ao qual fazia morada. O Xintoísmo adorava os deuses e o demônio. Alimentavam os deuses com arroz, de onde saiu o costume chinês para alimentação, tendo o arroz como alimento básico.
Nesse clima o FENG SHUI foi surgindo como uma não aceitação ao que era estabelecido e permitido. Por esta razão, os grandes mestres do FENG SHUl foram habituados a ensinar essa filosofia de modo "lowprofile", principalmente no que se refere às suas práticas. O conhecimento era passado pelo mestre àquele por ele escolhido como discípulo. Assim, o conhecimento do FENG SHUI permaneceu inócuo por milhares de anos, sendo apenas poucos os verdadeiros conhecedores de seus preceitos.
O FENG SHUI surgiu exatamente para ensinar ao homem a reagir contra a própria sorte. Ele aprendia a harmonizar as energias do ambiente com sua própria energia, à qual chamaram de CHI.
O CHI é o enfoque básico do FENG SHUI. Como massa e energia são meios que não se intercambiam, o CHI pode estar em forma de energia ou na combinação perfeita entre os meios de ambas. O CHI pode ser visivel ou não, parcialmente visível ou não.
Em termos energéticos o FENG SHUI pode ser definido como a ciência que estuda a distribuição do CHI no tempo e espaço.
O FENG SHUl tornou-se muito importante nos dias de hoje devido ao desenvolvimento progressivo da ciência e da indústria nos últimos 50 anos. Essa revolução tecnológica nos trouxe inúmeros benefícios. Entretanto, vieram acompanhados das poluições energética, ambiental, da saúde e da alimentação. Podemos citar, como exemplo, a contaminação quimica na alimentação e no meio ambiente, enfraquecendo nosso ecossistema. Podemos citar, também. a contaminação dos campos eletromagnéticos sobre toda a superfície do planeta, que dessincroniza os ciclos naturais de nosso corpo como da natureza, resultando num comportamento fora dos padrões normais, que é a violência, os crimes, os problemas familiares e diversos tipos de abuso.
Apesar do FENG SHUI se constituir numa prática milenar chinesa, seus preceitos têm sido cuidadosamente analisados por outras comunidades estrangeiras. No Vietman, o FENG SHUI é conhecido como "DIA LY". As cidades de Hue, Hanói e Saigon foram construídas de acordo com os eixos NORTE-SUL, obedecendo aos princípios do FENG SHUI. Nestas cidades, as casas são construídas de modo a evitar facear as direções Noroeste e Oeste, que são consideradas negativas, enquanto as cozinhas são construídas nestas direções para servir como barreira às influências maléficas.
No Japão, o FENG SHUI foi adotado com algumas modificações na interpretação e no uso do Compasso (LUOPAN). Enquanto a tradição chinesa é influenciada pelos princípios dos elementos correntes (VENTO e ÁGUA), como orientadores das energias positivas e negativas, a tradição japonesa é influenciada pela qualidade do meio ambiente. Qualidade essa que é baseada no número dos espíritos guardiões dos seis pontos do Compasso. Mesmo com estas diferenças o FENG SHUI está incorporado na rotina do povo japonês.Esta tradição pode ser observada nas pinturas, jardins, nos arranjos IKEBANA e até mesmo na apresentação artística de sua culinária.
Na Koreia, o FENG SHUI é conhecido como "PUNGSU". Foi e tem sido de grande ajuda nas construções de cidades e a influência na cultura popular é observada nas alterações realizadas no meio ambiente (construções de rodovias, urbanas obras de arte da construção civil em geral e no desflorestamento. Através de sua história o "PUNGSU" deu grande impacto na visão de seus governantes, que se refletia em todo o planejamento realizado, observadas nas dinastias de KORYO (918 -1392) e CHOSON (1393 -1910).
A atuação dos geomancistas decresceu através do tempo, mas mesmo assim, são procurados para orientar construções de um modo geral.
Atualmente, em Hong Kong, o FENG SHUI é amplamente usado pelos projetistas e arquitetos. O centro de Hong Kong, chamado Kowloon (que significa 9 dragões), foi alocado e recebeu este nome de acordo com os princípios de FENG SHUI . Oito destes dragões são representados pelas montanhas sobre as quais a cidade se estende, enquanto o nono dragão é representado pelo imperador. Nos grandes projetos desta cidade, o FENG SHUI é usado como orientação para a alocação das obras correntes (drenagem e esgoto) que representam as veias do dragão.
É importante mencionar que o uso do FENG SHUI não é apenas nos países asiáticos, mas existe a sua prática em diversas cidades ocidentais, tais como:Londres, Luzerna, Paris, Amsterdã, como também em cidades norte-americanas, como: Nova York, Los Angeles e Miami.
No Brasil, o FENG SHUI está se difundindo aos poucos e já podemos identificar alguns arquitetos, decoradores e pessoas, de um modo geral, fazendo uso de seus princípios. A tendência atual é utilizar o FENG SHUI como uma ferramenta obrigatória em projetos urbanos, rodoviários, civis e até em planejamento de empresas.
O FENG SHUI pode nos beneficiar em diversos setores de nossas vidas: na arquitetura das habitações, na decoração de interiores, no paisagismo, no desenvolvimento da carreira, aumentando nosso potencial criativo, melhorando as relações familiares e sociais, as finanças, gerando maior prosperidade, na alimentação macrobiótica, nas artes marciais, na filantropia, na qualidade de vida, na espiritualidade, na redução de stress e na saúde holística.
Usado no trabalho diminui o stress, aumenta a produtividade dos empregados, melhorando a relação do empregado-patrão.
Usado em casa, trabalhando com os objetivos a que se propõe a família, obtém-se a paz, a serenidade, a saúde, cria relações mais fortes e resolve conflitos.
O FENG SHUI beneficia aquele que queira atingir objetivos próprios e achar uma perfeita harmonia para si, seus familiares e empregados. O grande objetivo do FENG SHUI é melhorar sua qualidade de vida.

sábado, 23 de outubro de 2010

Feng Shui

Feng shui (Ouçai /ˌ fʌŋʃweɪ/ Fung-Shway,[1] anteriormente / ː fʌŋʃu. I / FUNGSh-oo-Ee;[2] Chinês: 风水, pronunciado[Fəŋʂwèi]) É uma antiga Chinês sistema de estética Acredita-se usar as leis de ambos Heaven (astronomia) E Terra (geografia) Para ajudar a melhorar a vida de uma recepção positiva por qi.[3] A designação original para a disciplina é Kan Yu (em chinês simplificado: 堪舆; tradicional chinesa: 堪舆; pinyin: kānyú, Literalmente: Tao do céu e da terra).[4]
O termo feng shui traduz literalmente como "vento-água" em Inglês. Esta é uma abreviação cultural retirado da seguinte passagem do Zangshu (Livro de Burial) por Guo Pu da Dinastia Jin:[5]
passeios Qi do vento e dispersa, mas é retido quando encontrar água.[5]
Historicamente, o feng shui é amplamente utilizado para orientar habitações edifícios, muitas vezes espiritualmente estruturas importantes como tumbas, mas também, e outras estruturas em um auspicioso maneira. Dependendo do estilo particular do feng shui sendo usado, um local auspicioso poderia ser determinado por referência a características locais, tais como as massas de água, as estrelas, ou uma bússola. Feng Shui foi suprimido na China durante a revolução cultural em 1960, mas desde então tem visto um aumento na popularidade, particularmente nos Estados Unidos.